mas se tem uma coisa que faço bem desde sempre é amar.

-a mulher está domesticada-

amar sempre foi uma coisa que me coube
amar com o corpo todo, cuidar, acarinhar, me doar
eu aprendi um amor antimulher muito eficaz
um amor que dá razão à vida da mulher, mas que nesse caminho mina sua possibilidade de vida.

-a mulher está ilhada em si mesma-

nadar contra a maré quando você é a ilha. nadar contra a maré quando você é o mar. nadar contra a maré quando você é a maré.

-a mulher está cimentada-

deixar de amar é devir
é sobreviver
respirar ar puro quando se é toda pulmão — se vive disso ou se mata, na mesma proporção.

eu tenho 25 anos e sei amar.
eu não sei ser livre por muito tempo
eu não aprendi a zanzar

-a mulher está viva em algum lugar de dentro, histérica-

dessas densas nuvens quero tempestade chuva de morte pro rebrotar. Volta até aquela página que diz quem você é só — cabeça-pulmão-ombros-joelhos y coração. carrega esse corpo leve e vê se se alimenta. busca olhar de paixão. busca essa raíz-você. busca esse autoamor tão difícil, tão devir. não se deixa cair mais nesse pensamento mato que você é menos. olha as árvores em volta e vê a árvore que vem crescendo-você. sopra com força pensamento ruim. escreve o que não dá pra engolir. desenha ao invés de afogar. e se a mão tremer, borda, que é pra firmar.
vai ficar tudo bem.