não engole cospe. não engole cospe. não entala porta de entrada pra dentro de si. território meu meu porta fechada boca cerrada sorriso que anuncia o bote sorriso que anuncia a dentada tosse. não digere. não digere. oca. nada no teu corpo nasceu para digerir culpa desculpa ausência carência ciúme culpa medo medo medo não engole não se engole ninguém bota na boca tamanho objeto. cospe vê se cospe desencosta aproveita y pula abismo sem janela lembra? lembra garganta sem catarro sem tosse? não engole não engasga tosse. lembra do abismo profundo bonito garganta infinita do escuro da lama preta fértil do corpo nu vestido de nanã do começo da primeira primeira invisível porque escuro invisível porque primeira sem olhos outros pra olhar. era ela o abismo e a lama.
[feito na oficina da Mayara Árvore no encontro Juntá, Sã Luiza da Paraitinga, junho 2019)