colmeia

hermana
mana

borboleta
formiga
cobra
aranha
baleia

abelha

de todas as coisas que nos unem
escolho a pele arrepiada
o entreolhar
a gargalhada

das fortes lembranças:
manada
todas juntas
pés firmes no chão
grito
palavra de ordem
insubmissão

Ódio como combustível
e amor pelas nossas

tem gente querendo tirar isso de nóis

— de novo —

E de todas as coisas que nos matam e nos fazem sangrar
aprendo: a cura é coletiva.
nós lambemos nossas feridas
Em rituais de sororidade
nós lambemos essas feridas
umas das outras.

há séculos em volta da fogueira, na batucada
fazendo chá ou presenteando com espéculos

caminhamos
em manada
em matilha
e nessa colmeia
Rainha somos todas nós juntas.